Como já não dá mais para confiar no calendário oficial, o verão se estica aqui no Planalto Central e continua a chover, por mais improvável que isso seja.
Chuva é bênção! Nenhum cultivo pode ser feito sem água. Se não há chuva, nada cresce porque a vida é feita de água. Podemos até tentar nos enganar e saquear Mãe Terra. Podemos sangrar a terra cavando profundos poços, fazendo a água armazenada no lençol freático jorrar mimetizando abundância. Tudo bem se agirmos no sentido de reabastecer sempre o lençol freático. Mas não é isso que acontece. Temos expulsado sistematicamente a água dos nossos sistemas urbanos e de produção agrícola. Cada vez menos água infiltra no solo reabastecendo os lençóis freáticos que estamos esgotando rapidamente.
Outono é tempo de colheita. Recompensa para o trabalho dedicado desde a primavera com o plantio, cuidado e manejo, chega o tempo de colher o fruto, o grão, a semente que será plantada na próxima primavera.
Mas... e quando chove na época em que já deveria estar seco, como agora? Basta usar guarda-chuva? Não é tão simples assim. O grão de milho ou feijão que secou na espiga ou vagem e estava pronto para ser colhido, com a chuva fora de hora, mofa ou germina. E perde-se a colheita do trabalho de meses. Pois é. Teremos que cobrir todos os plantios com telhados, estufas, plástico?
Por aqui, tempo de colheita de café! |
Ao eliminar as florestas e urbanizar o Planeta, nossa espécie humana está modificando rapidamente o clima, desorganizando as estações do ano e provocando a maior perda de biodiversidade já enfrentada por Gaia desde o desaparecimento dos dinossauros. As florestas são a pele de Mãe Terra. São elas que mantém equilibrado o clima do Planeta. E quanto resta de florestas no nosso Planeta?
As árvores são os únicos seres capazes de nos proteger dos raios poderosos e mortais do Sol dentro de um balanço energético positivo, ou seja, armazenando mais energia (na fotossíntese enquanto crescem) do que gasta. Qualquer outra alternativa artificial (telhados, casas, ar condicionado, protetor solar...) gera um balanço energético negativo no sistema. E não há como pensar em sustentabilidade com um balanço energético negativo. Ademais, nenhuma dessas alternativas será capaz de nos proteger realmente do efeito destruidor dos raios solares. Somente as árvores. E o que estamos fazendo com as árvores? Olhemos ao redor...
Cúrcuma, inhame, gupuruvu |
E ainda tenho ajuda. Vejam só essa linda borboleta que enfeita meu jardim. Não só para polinizar as folhas ela vive. Mas também para fazer a poda no início do outono. Aqui, peguei-a em pleno flagra, colocando ovinhos nas folhas da dama da noite. Parindo minhas ajudantes. Gratidão!
Helena, que leitura gosta! Poética, instigante, realista, preocupante. Sabe aquelas situações que diariamente lidamos e com o passar do tempo, deixamos de perceber? A sensação de normalidade faz turvar a visão do mais atento observador, cega os demais menos atentos, de tal maneira que deixamos de perceber até os fatos mais domésticos. Isso ocorre em todos os lugares, em todas as sociedades... infelizmente! Sua reflexão tem esse papel, despertar os observadores para não se acomodarem com essa realidade, promovendo pequenos levantes de consciência, de desejos, necessidades... sem pichar nada! Sem destruir nada! Demover a letargia cultural e míope que acomoda a nossa sociedade. A mudança desse paradigma que ameaça meio ambiente e, consequentemente, a existência humana, deve começar em casa, nos nossos quintais como verdadeiro exercício de educação e soberania. Educação ambiental institucional não funciona, não dá certo, tem que iniciar no nosso lar. Obrigado!
ResponderExcluirBeto!!
Oh meu Querido!
ResponderExcluirSuas palavras me emocionam.
Muito obrigada.
Grande beijo,
Helena